domingo, 24 de abril de 2011

Tinha pelo corpo a sensação de entusiasmo de um leão faminto.
Seus olhos ardiam e lacrimejavam.
As mãos dele estavam frias. Suavam frio.

Olhou pro lado. Sem mover a cabeça, olhou somente com os olhos.

Foco nos olhos verdes. Olhar à direita.

Brincou com os dedos sobre algumas notas do piano. Não sabia tocar.

Barulho na porta.

Ela entra indecente, com aqueles saltos vermelhos que ele adora.
Se aproxima lentamente.

Foco nos saltos. Som das batidas no piso.

Como se fosse uma dança, eles rodopiam enlouquecidos pelo salão.
E como se fosse um conto, ele apunhala a moça num repente.
E como se fosse uma ópera, ela morre cantando.

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