quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ontem foi dia de Devir.
E como foi bom!
Sentir-me por um fio.
A cada dia nos entendemos mais. Eu e meu corpo. Meu corpo e os outros corpos pretos da Sala Preta.
Ontem foi intenso e energizante.
Meu corpo me ditou a cena.
Meu corpo me levou.
Meu corpo se desequilirou e encontrou o equilíbrio.



Meu personagem é o Curinga.
O Mascarado.
O desequilibrado.
O louco. O são.
O bobo.
O charlatão.
Quero descobri-lo aos pouquinhos.
Quero que meu corpo o descubra.



terça-feira, 26 de abril de 2011

o olho pesa... estou cansado. Com sono.
O dia foi cheio e maravilhoso.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Touro Teimoso, hoje é seu dia.
Tu que teimosamente soube entrar em minha vida.
E agora, veja: quero-te nela.

Hoje é o dia desse moço bobão. e esperto. e engraçado. e por demais artista. e por demais sensível.

Te escolhi pra dividir meu peito. Pra dividir meus fatos e meu tato. Pra compartilhar o bolo de chocolate. Pra ver filme junto. Pra olhar bem fundo em seus olhos e ver que são mesmo verdes.

É contigo que percebo o quanto a gente é pele mais que tudo.
É contigo que sinto-me explodir.
É contigo.

Feliz aniversário.



domingo, 24 de abril de 2011

Tinha pelo corpo a sensação de entusiasmo de um leão faminto.
Seus olhos ardiam e lacrimejavam.
As mãos dele estavam frias. Suavam frio.

Olhou pro lado. Sem mover a cabeça, olhou somente com os olhos.

Foco nos olhos verdes. Olhar à direita.

Brincou com os dedos sobre algumas notas do piano. Não sabia tocar.

Barulho na porta.

Ela entra indecente, com aqueles saltos vermelhos que ele adora.
Se aproxima lentamente.

Foco nos saltos. Som das batidas no piso.

Como se fosse uma dança, eles rodopiam enlouquecidos pelo salão.
E como se fosse um conto, ele apunhala a moça num repente.
E como se fosse uma ópera, ela morre cantando.
Ele ouvia Paganini. Um dos Caprichos.
Foi ficando furioso.
MAS POR QUÊ???
Misturava as coisas...
misturava tudo...
e dessa vez não ia apagar...
Queria um pouco de calma. E ouvia Paganini?
Será que estava sabendo escolher?
Por que tantas perguntas.
Só queria paz, sossego e um rio.
Queria deitar ao lado do mar.
Daquele mar que tinha visto na última virada.
Estava sendo muito difícil para ele.
Mais que antes? Não sei.
Não sabemos.
E escrevia como um louco.
Querendo se entender. Mas mais que isso queria entender o mundo todo. As relações. As humanas e as inumanas. Não, as humanas lhe bastavam.
ERA HUMANO, ENFIM.
Não mais uma carta fora do baralho. Estava se encaixando. Estava se encaixando?
Ou se encaixotando.
OS PADRÕES.
Patrão não tinha.
Acho que não.
E escrevia sem lágrimas, mas o choro do violino lhe bastava. Ou os gritos. Os berros.
E por que?

domingo, 3 de abril de 2011