quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo

com muitos sorrisos marotos pra todos,
muita chuva tomada sem cuidado,
muito doce de abóbora e um pouco só de chocolate - pra dar mais vontade

muita saúde sempre... pulmões beeeem potentes!
Pernas fortes e mente também.

O coração... que bata com vontade, descompassado às vezes... mas de alegria de viver!

Suspiros muitos
Lágrimas nem tanto, mas um pouquinho é bom.

Muitos filmes surpreendentes e poucas torres caindo.

Desejo também à todos que descubram as sinfonias de Beethoven, e que eu descubra as que ainda não conheço.

Um pouquinho de sal na comida de cada um... e azeite bem farto no prato!

O dinheiro? Bom, o dinheiro... que venha!
Mas que não suba à cabeça que faz mal.
Mas sem ele, como comer à tarde na padaria?
Aquela trouxinha tão gostosa... com todos os sabores juntos... ai, que delícia!

Mas que a gula não nos leve à perdição!!!!

Que amemos tanto quanto for possível. E que as decepções de amor não nos cegue do que há em volta.

Façamos, façamos e façamos sexo! Sexo, amor, nheco-nheco e tudo mais.
A punheta nossa de cada dia também vale;

Um pouquinho de Chico Buarque não faz mal à ninguém, né minha gente?
E Noel, e Cartola, e Caetano...

Cantemos muito esse ano!





domingo, 27 de dezembro de 2009

Eu sou louco!

Sou um mutante em potencial...
Ah, você não me conhece!
Tá vindo uma vontade danada de simplificar tudo.
Ficar bem facinho.
Mamão-com-açúcar mesmo.
Será que é possivel?
Ai, vou precisar de ajuda, por que as recaídas vêm.
Será como faço pra não sair da linha?
Não deixar que novamente tudo se desfaça?
Quero segurar com os dentes essa vontade que me deu agora.
Vontade inspirada ainda que um pouco insegura.
Mas vontade! Já é alguma coisa...

sábado, 26 de dezembro de 2009

Ainda não melhorei, sabe?
Parece que a cada vez que ela vem é mais difícil sair.
Vão aumentando meus medos e a teia em que estou preso fica ainda mais firme.
É isso aí: uma teia.
E eu preso bem no meio.
Difícil.
Desespero é o nome do que sinto.
Sem saída.
A luz vai apagando e fico eu e uma cabeça que dói muito.
Estou ficando cansado.
A esperança vem, eu sei que vem, mas também ela a cada vez parece diminuir. E eu volto ao jogo já sem alguns pontos.
Tô bem cansado mesmo.
Nesse exato momento estou em casa, cuidando das feridas e contabilizando as perdas.
Quantas amizades foram dessa vez?
E momentos?

As fotos que vejo me doem muito. Essas fotos do que não participei, pois só meu corpo estava lá.
As falas das lembranças de todos também vão me doendo. Mastigando o que ainda resta em mim.
Por isso corro.
Corro pra bem longe de tudo isso, só pra respirar um pouco.

Um pouquinho só de ar puro.

Quero me refazer pra voltar à guerra um pouco mais digno.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Dor aguda bem no meio do peito e nó na garganta

Noite de Natal e eu desejando não ter nascido

sábado, 12 de dezembro de 2009

Quero ficar no teu corpo feito tatuagem

me dá vontade de ser de ter também só às vezes mais ser que ter é verdade me dá vontade de ir e vir falar ouvir também às vezes mais falar que ouvir às vezes também é verdade me dá vontade às vezes de ter vez e dar a vez também é fato que sim é fato que quero é fato às vezes também não sei o que quero eu sei que é assim

Me entende?

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Hoje você me surpreendeu mais que sempre.

Com certeza és minha palmeira garbosa,
meu leão perdido na selva faminto,
minha seda genuína,
meu cordão de pérolas raras, só encontradas num país longínquo do qual esqueci o nome...

minha graça
(nos dois sentidos)

Admito:
você é louro de olhos verdes, anjo.

Cena Naturalista nº2

Segunda Feira.
A professora que estava concentradíssima na aula, se despede do aluno.
-Tchau, bom fim de semana.

Cena Naturalista nº1

Três gordinhos (ou talvez gordões) no banheiro da academia.
Trocam de roupa com a dificuldade e lentidão que seus tipos físicos lhe impõe.
Suores.
Respirações pesadas.
Depois de um tempo:
-Chove e parece que fica mais abafado, né?
Os três riem grotescos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Época de Sonho

de Luiz Tatit

Vera, eu tive um sonho com você...
Nossa! Sabe a venda?
Eus estava lá na porta
E ouvia você cantando
Mas cantando mesmo!
"O que que deu na Vera", eu pensava
Ela nunca foi disso
E será que é ela mesmo? Chii...
Vai ver que ela está distraída
Pois nem é época de cantoria
Eu fui me aproximando
Queria ver seu rosto de perto
E vi. Você estava tão feliz!
Quer que eu conte?
Você estava tão feliz
Que eu pensei que você fosse explodir
E eu achei estranho
Nós nem estamos em fase de felicidade
O que é que deu na Vera
Então fui perguntar: ô Vera!
Vera, o que é que há com você?
Nossa!
Você estava tão entretida
Que só cantava, dançava e dizia:
"Cê não vê? É que eu estou, enfim, apaixonada!"
Vê que absurdo, Vera!
E nem é época de paixão


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Hoje me emocionei com o seguinte:

  • O arranjo de Rogério Duprat para a música Contrução/Deus lhe pague de Chico Buarque de Hollanda;
  • A interpretação de Elis Regina para a música Agora tá de Tunai e Sérgio Natureza;
  • Minha capacidade (ainda que não suficiente) de dar a volta por cima;

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tem Yemanjá no Pacífico?

Me traíram com ela...

Mas quem sou eu, né?

Até me conformo.

Agora que já fizemos as pazes ela me ajuda a pular suas ondas.


Passou Bianco
Respiiira
Deixa passar...
Sopra
Passa metiolate...

toma sopinha de fubá

pede colo

chora,

mas de alegria, vá?



És uma palmeira garbosa
Ou um leão(!)
...prontinho para o ataque...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

vontade louca de chorar...
vontade de chorar...

O dia de Hoje (noite 2)

Ela vem bem devagar.
vai se alojando em mim.
tomando posse.
e se mistura de tal forma que ela já é eu e vice e versa.
Vou me acostumando a ela de novo.
Vendo o mundo por seus olhos.
Olhando o chão.
No peito, a dor.

O dia de Hoje (noite 1)

E eles ainda estão em mim.
Meus fantasmas e meus grilos...
(criados, alimentados à pão de ló)
Convivem em mim
como meus que são
Qual o coletivo de grilo, meu Deus?
Enxame?
Alcatéia não é, que eu sei.
Mas até poderia ser, tal a ferocidade com que me devoram.
Sei que esse bolo todo
(insetos asquerosos)
esse bolo todo que sinto no estômago, e na garganta.
Isso são eles.
Todos eles juntos.
E enquanto mastigo o pão de cada dia, um deles,
(inseto desprezível)
tenta fugir, escorrer-se pela minha saliva.
Sinto-o na boca.
O bicho é grande e dificulta a mastigação.

O dia de Hoje (tarde)

Tô sentindo um vazio...
As coisas vão se acertando
O espírito vai se acalmando
Mas tô sentindo um vazio...

Tô me guardando
me prevenindo
me observando
me restringindo

E tô sentindo um vazio...

Estranho acordar de repente e se sentir devedor de si mesmo

né?

O dia de Hoje (manhã)

Pesadelo

Você vindo feliz, acenando em minha direção
Um trem vindo de lado furioso
Escolho que você saberá o que fazer
Você não vê e o trem te joga longe
Gritos.
Coração acelerado.
Procuro seu corpo tateando na escuridão

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Eu chego já...





Tô comendo esperança no café da manhã e tomando em doses pequenas durante todo o dia
Passando um pouco na pele pra ver se começa a fazer parte de mim
pingando em gotas na língua pra ver se acostumo com seu gosto bom
Me lavando com ela
Me servindo dela na mesa de jantar

...

Que meu corpo não a rejeite mais uma vez

domingo, 30 de agosto de 2009

ARMO O AMOR
perigo à vista...
ARMO O AMOR
fico à espreita...
ARMO O AMOR
de longe eu olho, cheiro
sinto você

Vou me aproximanto len-ta-men-te
e num salto (!)
você foge
certo das minhas más intenções

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SALVE JORGE

Jorge sentou praça
Na cavalaria
E eu estou feliz porque eu também
Sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas
E as armas de jorge
Para que meus inimigos tenham pés
E não me alcancem
Para que meus inimigos tenham mãos
E não me toquem
Para que meus inimigos tenham olhos
E não me vejam
E nem mesmo um pensamento
Eles possam ter para me fazerem mal
Porque eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Salve Jorge!!!
Armas de fogo
O meu corpo não alcançarão
Facas e espadas se quebrem
Sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes arrebentem
Sem o meu corpo amarrar
Porque eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Oxossi aylodá yamalabê
Yambelequê yorô
Odé matá coroná
Ai que a vida volta a fazer sentido!

Sempre que acordo de madrugada sinto perfume de rosas

Escuto a chuva caindo lá fora

Minha boca então tem hálito fresco

Meu corpo flutua

Minha pele é mais macia. E brilha.

Saio voando pela porta

A chuva não me toca

Os habitantes noturnos não me vêem

Então conserto o mundo

Ajeito as coisas

Coloco tudo no lugar

Cubro pessoas que dormem agitadas

E volto voando pro leito

Deito de novo

Durmo

e me esqueço

mulher com taça na mão

É hoje...

É hoje que eu descubro o que é que tem do lado de lá

Sem medo de dor, sem pressa de chegar

É hoje que meu caminho encerra

Meu peito vai enfim acalmar

E o mundo com certeza nem vai notar

Falta não vou fazer

Os vermes vão me comer

E tudo vai continuar como está...

É hoje que crio coragem

É hoje que salto da margem pra ver no que dá

Meus filhos nem vão chorar

Meu chefe só vai reclamar até sábado

Falta não vou fazer

Trabalho não vou mais dar

Quem sabe do lado de lá não é melhor

Quem sabe do lado de lá não é maior,

tem mais ar, tem mais gente que olha pro lado de cá

tem mais vento pra me refrescar

Não dá mais pra esperar

Não tô mais a fim de chorar todo dia

Não quero mais mendigar alegria

Falta não vou fazer

Ou quem sabe a mulher da janela

Aquela que me diz bom dia

todo dia

Quem sabe ela vai notar minha falta

Quem sabe ela vai querer me encontrar

E me amar

Não. Cansei de esperar.

Rio Nilo

A sua candura,

Sua delicadeza, sua

Seu jeito menino

E homem e macho

Suas falas tão doces

Seus momentos tão frios

Sua leveza

seus perdões todos

Sua insistência

E seu rebolado

No cerne de tudo

Tua pele tão branca

A sua indiferença

O seu silêncio

Seus momentos seus

Sua mudança de assunto

Seu ouvido tapado

Sua profundidade

Seu sorriso pouco

Seus dentes fortes

Sua falta

Sua volta

E ainda por cima de tudo

Ainda no cerne de tudo

Tua pele tão branca

"Ela tinha mãos quentes
seu rosto todo era frio, seco, plástico até.
Mas era nas mãos que guardava a leveza do ser.
Eram suas mãos guardiãs de sua alma toda.
Quando acenava a alguém, sentia perder-se no ar. Esvair-se.
Por isso guardava os acenos.
E era com os olhos, gelados, que cumprimentava as pessoas."